Um conhecido empresário britânico está levando adiante um plano de introduzir espécies de lêmures em uma ilha caribenha.
Richard Branson, dono do império Virgin - cujos negócios abrangem de linhas aéreas a selos de música e telefonia celular - quer transportar os pequenos primatas, nativos de Madagascar, no leste da África, para as ilhas Moskito e Necker, de sua propriedade.
O plano do milionário, de soltar os lêmures nas florestas das ilhas, está preocupando cientistas. Eles argumentam que, no passado, iniciativas semelhantes, envolvendo outras espécies, tiveram resultados desastrosos.
A equipe de Branson insiste que tanto os lêmures, que virão de zoológicos, quanto os animais nativos da ilha ficarão bem. Introduzir espécies de um continente em outro, com o objetivo de preservá-las, é algo que nunca foi feito. Há várias espécies de lêmures. Elas são encontradas exclusivamente na ilha de Madagascar e muitas correm risco de extinção, em grande parte, por causa do desmatamento.
O problema piorou desde a queda do presidente Marc Ravalomanana, há dois anos. Desde então, houve um florescimento na atividade madeireira na ilha. Falando à BBC, Branson disse: "Estamos tentando preservar os lêmures mas, infelizmente, em Madagascar, com a queda do governo (desde 2009, quando o presidente foi derrubado pelo líder da oposição com apoio do Exército, o gfoverno está em crise) o espaço para os lêmures está cada vez menor".
"Aqui em Moskito Island temos uma bela floresta", explicou. "Trouxemos especialistas da África do Sul e eles dizem que seria um lugar perfeito, onde lêmures podem ser protegidos e procriar".
Entre as espécies que Branson pretende introduzir em suas ilhas está o lêmur vermelho (Varecia variegata rubra) e o lêmur de cauda anelada (Lemurcatta). Ambas estão incluídas na Lista Vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
O lêmure vermelho é uma espécie bastante ameaçada
Foto: SLP/BBC Brasil
Foto: SLP/BBC Brasil